terça-feira, 11 de maio de 2010

RAYBAN

Acostumei-me às velhas histórias hoje beijo amanhã não o amor que tu me destes era pouco. Era nódoa. São oito horas da manhã de sábado. Não sei se é março ou abril pois chove. Ela saiu com seus olhos rayban verdes quase uma turmalina vista contra a luz do sol num dia claro azul  eu podia jurar que não havia nada sob seu o vestido pois quando ela passou eu pude sentir o aroma doce de amêndoas que emanava do seu sexo. Acendo um cigarro trago apago desenho um círculo invisível no espaço da sala e atravesso cuidadosamente por ele evitando as arestas caminho até a porta onde ainda posso vê-la dobrando a esquina e se quisesse poderia esticar meus braços por entre as árvores da rua pelos galhos e tocar seu cabelos mais lisos que nunca mas isso acenderia uma necessidade que eu não pretendo assumir neste inverno do dia. Debruço-me então sobre a mesa como um trapezista principiante em órbita enquanto ouço Thelonious Monk Enquanto ouço sua voz ainda sinto seu cheiro de ontem cruzando a sala com seus pezinhos descalços de ninfa sobre os jardins de plástico iluminados por lantejolas coloridas costuradas a mão em papel de seda e celafone. Imagino como seriam nossos dias desenhados em cartolina com lápis de cor um sol amarelo sobre o campo num dia claro azul o seu sorriso de arestas emanando um aroma doce do seu vestido em lantejolas de sábado sobre a mesa me fitando linda como sempre com seus olhos de turmalina contra a luz  refletida na areia no fundo do rio que há dentro de mim .

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